quarta-feira, 3 de abril de 2013

D. Pedro II e a invasão de Portugal pelos Espanhóis, sob o comando do Duque de Berwick (1704)


Ao morrer Carlos II da Espanha, sem descendência (1700), designou para herdeiros da coroa Filipe de Bourbon, Duque de Anjou, neto e presumido herdeiro de Luís XIV, Rei de França. Por outro lado o Imperador da Alemanha, Leopoldo I, pretendia o trono para seu segundo filho, o Arquiduque Carlos da Áustria, mais tarde o Imperador Carlos VI da Alemanha.
Portugal, com D. Pedro II, apoiou a princípio o Duque de Anjou, aclamado depois Rei de Espanha com o nome de Filipe V. Porém, a pedido dos Ingleses, em breve seguia o partido do Ar­quiduque Carlos, entrando numa liga contra a França, de que faziam parte a Alemanha, a Holanda e a Inglaterra. Ao lado da França estavam a Baviera, a Espanha e Sabóia.
Deu-se o rompimento das hostilidades. Comandava as for­ças espanholas do Duque de Anjou (o Rei D. Filipe V) um Irlan­dês, o Duque de Berwick, marechal de França, que reforçou aquelas com 12.000 franceses, 40.000 tropas veteranas vindas da Itália e Países Baixos e que invadiu logo Portugal, pela Beira, em 7 de Maio de 1704, apoderando-se de Salvaterra do Ex­tremo, Segura, Monsanto, Idanha e Castelo Branco. Não tendo conseguido atravessar as Talhadas, passou o Tejo em Vila Velha de Ródão, entrando no Alentejo, fazendo assim a junção com outras tropas da mesma bandeira que tinham invadido esta província portuguesa e que ali se encontravam ainda.
Então, diz Carlos Selvagem, no seu «Portugal Militar», de entre os generais portugueses começou a despontar um verda­deiro cabo de guerra — o Marquês das Minas, general governa­dor das armas da Beira, que, reforçado por tropas do Minho e Trás-os-Montes, desceu de Almeida e recuperou sucessivamente Segura, Idanha, Zebreira, Ladoeiro, Castelo Branco, Ródão, etc. Foi em Maio de 1705, isto é, um ano depois.
No Alentejo era o Conde das Galveias quem dirigia as operações portuguesas. Invade também a fronteira espanhola e toma algumas povoações.
Em 1706, o exército português, comandado pelo Marquês das Minas, alcançando vitórias sucessivas, entrou em Madrid em 28 de Junho, donde se retirou pouco depois.
Estas guerras, motivadas pela sucessão ao trono de Espanha, só terminaram no reinado de D. João V, com o tratado de Utreque, que estabeleceu a paz de Portugal com a Espanha, em 1715, tendo sido assinado em 1712 um armistício entre as duas nações.
Embora Portugal não tivesse tirado vantagens destas guerras, afirmou energicamente, perante a Espanha, com as armas na mão, que era uma potência europeia e que as experiências de 1580 e de 1661 não poderiam tornar a repetir-se.

Subsidios para a monografia de Segura de Mário Marques de Andrade

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