Ao morrer Carlos II da Espanha, sem descendência (1700),
designou para herdeiros da coroa Filipe de Bourbon, Duque de Anjou, neto e
presumido herdeiro de Luís XIV, Rei de França. Por outro lado o Imperador da
Alemanha, Leopoldo I, pretendia o trono para seu segundo filho, o Arquiduque
Carlos da Áustria, mais tarde o Imperador Carlos VI da Alemanha.
Portugal, com D. Pedro II, apoiou a princípio o Duque de
Anjou, aclamado depois Rei de Espanha com o nome de Filipe V. Porém, a pedido
dos Ingleses, em breve seguia o partido do Arquiduque Carlos, entrando numa liga
contra a França, de que faziam parte a Alemanha, a Holanda e a Inglaterra. Ao
lado da França estavam a Baviera, a Espanha e Sabóia.
Deu-se o rompimento das hostilidades. Comandava as forças
espanholas do Duque de Anjou (o Rei D. Filipe V) um Irlandês, o Duque de
Berwick, marechal de França, que reforçou aquelas com 12.000 franceses, 40.000
tropas veteranas vindas da Itália e Países Baixos e que invadiu logo Portugal,
pela Beira, em 7 de Maio de 1704, apoderando-se de Salvaterra do Extremo,
Segura, Monsanto, Idanha e Castelo Branco. Não tendo conseguido atravessar as
Talhadas, passou o Tejo em Vila Velha de Ródão, entrando no Alentejo, fazendo
assim a junção com outras tropas da mesma bandeira que tinham invadido esta
província portuguesa e que ali se encontravam ainda.
Então, diz Carlos Selvagem, no seu «Portugal Militar», de
entre os generais portugueses começou a despontar um verdadeiro cabo de guerra
— o Marquês das Minas, general governador das armas da Beira, que, reforçado
por tropas do Minho e Trás-os-Montes, desceu de Almeida e recuperou
sucessivamente Segura, Idanha, Zebreira, Ladoeiro, Castelo Branco, Ródão, etc.
Foi em Maio de 1705, isto é, um ano depois.
No Alentejo era o Conde das Galveias quem dirigia as operações
portuguesas. Invade também a fronteira espanhola e toma algumas povoações.
Em 1706, o exército português, comandado pelo Marquês das
Minas, alcançando vitórias sucessivas, entrou em Madrid em 28 de Junho, donde
se retirou pouco depois.
Estas guerras, motivadas pela sucessão ao trono de Espanha,
só terminaram no reinado de D. João V, com o tratado de Utreque, que
estabeleceu a paz de Portugal com a Espanha, em 1715, tendo sido assinado em
1712 um armistício entre as duas nações.
Embora Portugal não tivesse tirado vantagens destas guerras,
afirmou energicamente, perante a Espanha, com as armas na mão, que era uma
potência europeia e que as experiências de 1580 e de 1661 não poderiam tornar a
repetir-se.
Subsidios para a monografia de
Segura de Mário Marques de Andrade
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