Andava um honrado lavrador a amanhar a terra com uma junta de vacas no sítio da Antinha, conta-se que um dos animais morreu repentinamente. Aflito e desgostoso com a perda de tão útil como necessário animal pôs-se o lavrador a chorar a sua pouca sorte, pois, acabava de perder o "ganha-pão" da sua numerosa e necessitada família e implorava, por isso, o auxílio divino. Apareceu-lhe , então, Santa Catarina que devolveu a vida ao animal e lhe ordenou para ir ao povoado contar o sucedido e dizer do seu desejo que naquele preciso local fosse eriguida uma capela em sua honra, mas com o alpendre voltado a poente.
Acudiram os habitantes a satisfazer prontamente o pedido mas virando o alpendre a nascente como era costume na época, pensando que o lavrador vidente se havia equivocado. No dia seguinte, porta e alpendre estavam caídas no chão. Refizeram a obra deixando na mesma o alpendre dirigido a nascente e de novo ele voltou a ruir. Convenceram-se, então, os habitantes de que o lavrador não se havia enganado e executam a obra segundo as indicações recebidas. E ainda hoje podemos apreciar a capela com a porta e o alpendre voltados a poente e, estamos certos, a fé dos ladoeirenses jamais deixará cair por terra este pequeno templo que tanto carinho e estima infunde ao povo do Ladoeiro.
In www.cm-idanhanova.pt
Romaria de Santa Catarina de Sena
A romaria de Santa Catarina de Sena é uma das festas
religiosas mais importantes desta localidade. Todos os anos na segunda-feira de
Páscoa, os habitantes do Ladoeiro, uns a pé outros em carros, se dirigem á
ermida cantando e chorando de alegria em acção de graças e implorar novos
favores da Santa. Há relativamente pouco tempo, sempre que as condições
atmosféricas não agradavam ou não convinham ás culturas, o povo juntava-se e ia
a pé até à capela e traziam a Santa em procissão até à igreja da freguesia,
onde a colocavam no lado direito do altar, lugar que também ocupa na própria
capela. Era o bastante para que chovesse, se havia seca, ou brilhasse o sol, se
não parava de chover.
Actualmente estas procissões não se verificam, não por falta
de devoção popular, mas porque o Pároco se insurge contra estas tradições.
Ainda hoje Santa Catarina de Sena é venerada com muita
devoção em especial pelos militares e suas famílias. É tal a fé depositada na
Santa, pelos nossos soldados, que muitos depois da sua contribuição no Ultramar
afirmavam terem-na visto em combate. Será ilusão ou não?
O que é certo é que nunca nenhum foi ceifado pela morte
durante a vida militar, o que não aconteceu em nenhuma povoação vizinha.
Uma vez chegados a local, é celebrada missa campal, seguida
de procissão em volta da capela, onde não falta a banda filarmónica. Depois da
festa religiosa as pessoas reúnem-se aqui e acolá para saborearem ao ar livre as
deliciosas merendas. É importante frisar que existem nesta festa quatro
festeiras raparigas solteiras que orienta e organizam os festejos.
Monografia do Ladoeiro de Fátima Rodrigues, Universidade
Lusófona, ISHT-Pólo de Castelo Branco
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